domingo, 30 de janeiro de 2011

CHUVA DE GRANIZO INTERROMPE APRESENTAÇÃO DE ESPETÁCULO DE RUA DE CURITIBA EM ENGENHEIRO SCHMITT

Mais uma vez a platéia de Rio Preto se desloca em direção à Engenheiro Schmitt para assistir ao teatro que foi atrás de onde o povo está. Nem pensar em se sentir deslocada naquela praça longínqua, a platéia era toda muito familiar, exceto pelos habitantes do lugar, sentados em frente de suas casas, com o som alto do carro estacionado na frente tocando um sertanejo, assando carne, fazendo chacota com as figuras diferentes que estacionavam em volta da praça para assistir à peça, vindas de Rio Preto. Os nativos pareciam estar muito ocupados com as suas próprias coisas naquela tarde de sábado. Teve que se pedir colaboração, os atores se incomodaram também com o ruído de uma moto logo ao lado da cena. Ainda antes da metade da peça um temporal desaba sobre o distrito de Engenheiro Schmitt, cancelando a apresentação interrompida em seus primeiros momentos.
Foi uma grande lástima para nós, que ainda estávamos no meio da leitura daqueles detalhes riquíssimos das máscaras, do rústico complexo dos figurinos, os personagens se apresentavam ao público como os estereótipos mais comuns do povo brasileiro retratados em figuras que remetiam aos personagens da Commedia dell Arte. Nos impressionou como tudo aquilo que tinha um ar de precariedade era extremamente funcional para as cenas, mesmo diante das intempéries que já rondavam a praça onde acontecia a performance antes da chuva, que foi de granizo. Um grupo menos consciente já teria perdido metade dos adereços levados pelo vento.
A razão pela qual não conseguimos ter visto ao menos mais dez minutos a mais de espetáculo foi a gravação que era executada pelos auto-falantes da igreja da praça exatamente às seis da tarde, a "hora da Ave Maria", horário que havia sido agendado como de início da peça.
Amaldiçoei todos os responsáveis por não termos visto no que aquilo ia dar, inclusive São Pedro. Na verdade os céus só nos mandavam o recado, em parceria com os deuses do teatro, de que aquele território era deveras inadequado para tal evento, de que aquela manifestação artística era intrusiva e não eram eles, os moradores de lá, que nos atrapalhavam, nós atrapalhávamos seu sábado. Voltamos temendo que as pedras de gelo danificassem a lataria do carro. Curiosamente, nem uma gota de chuva havia caído sobre a cidade de São José do Rio Preto naquela tarde.

Veja que linda a abertura, a proposta da Princesa Diva.
Repare em como não havia nenhum sinal de que aquela tarde seria chuvosa.

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