quinta-feira, 22 de julho de 2010

FIT BY BIKE - PATHOS SELVAGEM


Ontem fomos aquendar O PATO SELVAGEM. Assim como o apito, a arma, o treinamento do cão, o engenho compõem a tecnologia necessária para se caçar um pato, o Pathos também pode ser controlado pela tecnologia, quando esta não acaba ficando a serviço da caça de tais patos, para a morte de tal pathos, ou início de outro pathos.

Quando os patos selvagens adentram ferozes no palco do céu, e, ao invés de terem a tecnologia em suas mãos, são completamente guiados pela tecnologia sem nenhuma razão, a mistura acaba se convertendo em uma patologia da cena. Na cena em que deveria ser ator, embora o foco de todo público esteja em mim e meu texto, tenho uma câmera nas mãos e a responsabilidade de enquadrar o rosto da atriz que comigo contracena numa tela ao fundo. Sou incapaz de concentrar-me em minha partner de carne e osso, seu rosto enquadrado na tela é mais importante. Perde quem queria ter sentido tal cena.

As telas giram, as abas abrem, a borda desce, a borda sobe. O texto consagrado ganha arrojo, inovação, singularidade. Mas a que custo? A encenação abordou essa questão, transmitiu isso, questionou isso no nível de nossas vidas, e é o que cabe agora ao próprio grupo pensar para domar com mais maestria esse cavalo selvagem da tecnologia no qual o espetáculo chega montado, o qual controla com certo sucesso, mas que é instável, questionável, e que contribui, assim como subtrai, naquilo de humano que empreitada deveria trazer consigo.

6 comentários:

  1. E o humano não é instável e questionável? E a tecnologia (veja esse blog!) já não faz parte da humanidade como se fosse pseudópodes da comunicação/relação?!
    Obrigado por ter assistido a pecinha! Acho q o pensar cabe ao grupo e ao público... Assim a comunhão do teatro ficará muito mais legal!
    Há Braços
    Carlos
    Cia. LCT

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  2. Não tem como negar que a peça trouxe uma realidade da dita convergência, a sacada dos diferentes planos 'dançando' com o vídeo, além de bem ensaiado, abre um leque de possibilidades.

    Nesta peça, fui fisgado apenas pela linguagem tecnológica.

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  3. Adorei o espetáculo. O melhor de todos, na minha opinião.

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  4. Eu sou uma gansa selvagem, de modo que me senti excluída, rejeitada, afogada na água da represa de Black River! Quero uma peça do nível da minha selvageria, que é abominável.

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  5. O Pato Selvagem foi foda!!
    Muitas coisas intersantes no espetáculo.Por ser o espetáculo teatral tb sensorial, vale sentir....e sentir é pessoal.
    Senti raiva, pois muitas vezes me perdi no enredo...
    Dei risada com as telas no chat e dos PlayMobils.kkk...
    Mas no final, saí me questinando o que de fato seria o enredo daquele pato de plástico amarelo? Mas desencanei....fiquei com as sensações...
    Valeu!!

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