segunda-feira, 19 de julho de 2010

Processando o FATZERBRAZ - só é possível filosofar em alemão

Foto gentilmente cedida por nosso amigo Ricardo Boni


Aqui está ele, entalado no meu esôfago, como uma antropofágica indigestão ultracontemporânea. Em mais um dos sinais desse frenesi pela singularidade, nos damos ao luxo de vestir nosso diesel, osklen e calvin klein, para ir assistir a um trabalho inacabado composto de caixas de papelão revestidas precariamente com fita crepe, pintadas a guache, roupas de brechó, cabeças de animais de plástico, e a participação especialíssima de uma espécie de Benito de Paula quixotesco fazendo uma percussão que nos valeu a ida, além de um grande espírito de espontaneidade de um grupo que ensaia bem ensaiado, aproveitando-se inclusive da quase imprevista passagem de um trem, num evento da dimensão do FIT, que nunca autorizaria um grupo da cidade, por exemplo, a tamanha audácia. A autorização da participação de um grupo que estréia no Aldeia FIT já é fonte de caloroso debate. No Festival, quantas estréias forasteiras anunciadas com pompa e brilho?


O "processo" é o FATZERBRAZ, do alemão andcompany. Eles só estreiam no Sesc Pompéia em 04/08. O que fomos ver, foi um "processo". A legenda posicionada exageradamente acima de uma boa parte da platéia compartilhava parte do trabalho com a tradução simultânea dos atores brasileiros, como em O RETORNO AO DESERTO, no FIT de 2008. Logo no começo, explicaram o fato de que estariam nesse processo, e nos convidavam a beber com eles sobre a peça. É difícil para nós, pobres mortais, entender o todo da coisa. Assim como em OTRO, parte do que é usado pode ser economizado por uma questão de padrão, mas imediatamente sou dissuadido a interromper a caretice desse meu pensamento provinciano. Fomos beber em casa. Macunaímico, antropofágico, papelônico, destaque para o tanque de guerra, que carrega consigo uma metáfora do que tem sido este festival, no mínimo em comparação a outros FITs. Ainda há tempo de me equivocar.

4 comentários:

  1. DEI VÁRIAS RISADAS NA PEÇA, AS BRASILEIRAS TEM EXPRESSÕES ÓTIMAS!

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  2. Entãooooo, pareceu aquele salseiro de grupo gringo misturado com coisas do Brasil (na maioria das vezes, coisas indígenas)... não entendo!
    O tiozinho da percussão era fabuloso!
    O trem contribuiu perfeitamente para a cena! uhauhauha.... foi divertidíssimo!
    E o grupo devia estar muito carente por companhia em algo etílico!...rs...

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  3. Manda o telefone do Benito pra gente contratar ele.

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  4. FALSIFICADO. ELE Ñ ERA NEIM ALEMÃO NEIM BRAZILERO.

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