Novamente um bom espetáculo contém o alvoroço da sessão pipoca da quinta à tarde. O fato de termos vistos pela primeira vez não significa que o espetáculo seja novo. Porém, uma das coisas que temos observados na Cia da Casa Amarela é um invejável repertório, variado em imagens, temas, cores e formas e ao mesmo tempo seguindo uma linha simples de um duo extremamente funcional, dotados de um lirismo orgânico, presentes e concentrados como quem já domina o ofício pelo exercício já longínquo da própria sensibilidade em cena. Teatro para todas as idades. Dá vontade de ser como eles quando crescer.
Introduzindo a arte de Vincent Van Gogh para as idades mais tenras, a dupla dá conta de falar sobre amizade, respeito, solidariedade... mas, sobretudo, o papel que a arte desempenha em processar as emoções de quem a produz, independente do talento de quem faz. A arte liberta, expressa, sinaliza muito do indivíduo para com si próprio, e além de profissão, forma de status ou ocupação, a arte melhora quem a faz de forma sistêmica. Arte deveria ser currículo escolar fundamental, de peso semelhante ao da matemática, da língua portuguesa, da física ou da química. A Cia da Casa Amarela é um agente deste ideal nesta terra árida em que vivemos.
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