domingo, 9 de janeiro de 2011

JOÃO E MARIA - NEW GENERATION

O Teatro Barato de R$1,99 é um sucesso avassalador. Os ingressos são mais concorridos do que os financiamentos do MINHA CASA MINHA VIDA. Hoje resolvemos compartilhar o esforço deste público que fritou ao sol à tarde e aguardou na chuva à noite para usufruir de um das dezenas de ingressos extras que foram vendidos uma hora antes da peça. Todas as pessoas com ingresso regular entravam primeiro e se acomodavam até que a turma da segunda classe pudesse entrar e escolher os lugares vagos, que eram muitos na hora da entrada; assim fizemos, e achamos que estaríamos muito confortáveis, até que a consciência nos fez levantar para dar lugar a uma mulher grávida e algumas crianças, que assim como alguns idosos orientais e madames atrasadas, não paravam de entrar e passar por nós, mesmo com a peça já avançada. Logo em seguida, a mulher grávida achou um lugar melhor do que o nosso, deixou vago para um guri, que não teve paciência para assistir sentado... e assim, vimos do chão o lugar que cedi sendo ocupado por uma série de pessoas durante o curso do espetáculo.

Todo esse malabarismo para conferir uma peça que já havíamos assistido em 2008, quando ainda era protagonizada pelo Thiago e pela Tauane, cuja melhora da performance tínhamos a esperança de testemunhar. Como não sabíamos dos novos rumos das vidas de ambos, fomos surpreendidos por um novo elenco mirim, em que o destaque foi o de um anjo Grabriel (na estória de João e Maria?) materializado em uma rechonchuda daminha de honra, que chacoalhava todo o cenário da casa, quando fazia sua etérea entrada pela janela. Com um pouco mais de energia do que seus pares em cena, ela arrancou da platéia o riso cuja origem talvez ainda desconheça, pelo muito que poderia ter peneirado e se aproveitado dele.

Não vamos contar aqui a trama de João e Maria, todos aqui a conhecem, vamos enriquecê-la com o relato do bicho papão que fazia parte do espetáculo, envolto literalmente em uma colcha de retalhos, ou com o giro MATRIX que o cenário dava às vezes sob os esforços hercúleos dos pequeninos atores que o empurravam. A platéia acompanhava com palmas vários trechos da trilha sonora porque coincidentemente era a mesma música da vinheta de abertura do evento. O grupo cumpriu a missão de entreter a monumental platéia acrescentando ao enredo clássico as circunstâncias capazes de estender a peça a seu tempo mínimo sem que nos entregássemos completamente ao sono.

Trata-se de um tipo de teatro de repertório em que o elenco se renova, a exemplo de grupos como o da OFICINA DOS MENESTRÉIS em São Paulo, em que jovens aspirantes à carreira tem a oportunidade de desenvolver-se executando o modelo já enformado, enquanto o espetáculo em si embolora, visto que será sempre crú daquilo que acreditamos ser mais no teatro, que é o humano.

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